terça-feira, 4 de novembro de 2008

Biografia de José De Almada Negreiros


José Sobral de Almada Negreiros (Trindade, S. Tomé, 7 de Abril de 1893 — Lisboa, 15 de Junho de 1970) foi um artista multidisciplinar, pintor, escritor, poeta, ensaísta, dramaturgo e romancista português ligado ao grupo modernista.
Também foi um dos principais colaboradores da Revista Orpheu.

Era filho de António Lobo de Almada Negreiros, um tenente de cavalaria que foi administrador do Concelho de São Tomé,e fundador de diversos jornais. Uma parte da sua infância foi passada em São Tomé e Príncipe, terra natal da sua mãe, Elvira Freire Sobral.

Depois da morte da sua mãe, em 1896, veio viver em Portugal; nesta altura, em 1900, o seu pai é nomeado encarregado do Pavilhão das Colónias na Exposição Universal de Paris, deixando os filhos José e António, ao cuidado dos jesuítas no Colégio de Campolide.
Em 1911, após a extinção do Colégio de Campolide dos Jesuítas, José entrou para a Escola Internacional de Lisboa, após uma breve passagem pelo Liceu de Coimbra. Nesta escola, conseguiu um espaço, onde iria desenvolver o seu trabalho, publicando ainda nesse ano, o seu primeiro desenho na revista A Sátira e publicou o jornal manuscrito A Paródia, onde foi o único redactor e ilustrador, sendo criticado Júlio Dantas um homem irônico, mordaz e provocador.
O manifesto teve algum impacto no meio artístico; foi tempo de mudar as mentalidades, e a sociedade e Almada fizeram como poucos, atacando a cultura burguesa instituída e os seus representantes ao mais alto nível.
Em 1919 vai viver para Paris, onde exerceu diversas actividades e escreveu a Histoire du Portugal par coeur. Em Paris, ficou apenas cerca de um ano e quando regressa, foi colaborar com António Ferro, tendo inclusivamente desenhado a capa do livro deste, Arte de Bem Morrer. Fez também as capas da revista Presença, números 47 e 54.

Em 1927 volta a deixar Portugal, indo desta vez para Espanha, onde além de colaborar com diversas revistas,conheceu seu futuro amor, a pintora Sarah Afonso, com quem se casou em 1934, após o seu regresso a Portugal.

Em Portugal, apoiante das ideias fascistas por influência do Futurismo italiano, começa a ser solicitado para colaborar com as grandes obras do estado. A partir daqui, Almada dedicou-se principalmente ao desenho e à pinturapara o Tribunal de Contas e para o Palácio da Justiça de Aveiro, entre muitos outros.

Almada escreveu:

“As construções do Estado multiplicam-se, porém, as paredes estão nuas como os seus muros, como um livro aberto sem nenhuma história para o povo ver e fixar”.



Os seus últimos trabalhos, já com 75 anos, são o Painel Começar na Fundação Calouste Gulbenkian e os frescos da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.

Almada Negreiros, morre em 14 de Junho de 1970, de falha cardíaca, no mesmo quarto do Hospital de São Luís Francês, onde também tinha morrido Fernando Pessoa.

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